segunda-feira, 13 de abril de 2015

Capítulo 37 - A gente precisa conversar

LEIAM O RECADO NO FINAL, POR FAVOR!

Liguei o som do carro e fui pro hospital. Cheguei lá em cerca de uns trinta minutos. Estacionei o carro, entrei lá, me identifiquei e subi; entrei no quarto e minha mãe estava lá, vendo meu pai dormir

Clara: bom dia - dei um beijo nos dois
Marcela: bom dia - sorriu
Clara: ele ta dormindo desde ontem?
Marcela: é, esses remédios deixam ele sonolento né - me sentei ali na poltrona
Clara: imagina se trocarem os remédios ou aumentarem as dosagens disso?
Marcela: eu só queria que ele saísse daqui - uma lágrima escorreu pelo rosto dela e eu a sequei
Clara: eu também - sorri sem mostrar os dentes e meu celular tocou, olhei e era o Júnior, logo atendi
Início:
Clara: oi
Júnior: tudo bem?
Clara: tudo e você?
Júnior: bem, e seu pai?
Clara: dormindo ainda
Júnior: você já está no hospital?
Clara: aham, acabei de chegar
Júnior: sua mãe?
Clara: ta bem, ta aqui comigo. Hoje você vai jogar que horas mesmo?
Júnior: seis e meia, vai assistir?
Clara: se der, sim
Júnior: depois do jogo eu tento dar uma passada aí. Agora vou desligar, tem o ultimo treino ainda
Clara: ta bom então, bom jogo
Júnior: obrigado, beijo
Clara: beijo - fiquei em silêncio
Júnior: Clara?
Clara: oi
Júnior: te amo - eu sorri de canto
Clara: também te amo
Júnior: tchau
Clara: tchau
Fim
Desliguei e botei o celular ao meu lado
Marcela: era o Neymar? - eu assenti - falando nessa formalidade toda?
Clara: ah, ele tá estranho comigo, não sei o que ta acontecendo - ela ficou me olhando - será que ele tá me traindo?
Marcela: ai que besteira né Maria, claro que ele não ia fazer isso
Clara: ah, não sei mãe, não duvido de mais nada, ele tá tão diferente
Marcela: as vezes é alguma coisa lá no time ou até na casa dele
Clara: e ele não ia me falar?
Marcela: você ta sempre cheia com essas coisas do teu pai, filha
Clara: ah, sei lá, deixa quieto
Fiquei conversando com ela e um pouco depois o meu pai acordou. Falei com ele, que estava bem fraco, depois o enfermeiro entrou ali, com o almoço dele. O ajudamos a comer e ele tomou outra dose de remédios, o que fez com que o mesmo ficasse com sono novamente, então logo ele adormeceu. Saí pra almoçar com a minha mãe, mas na verdade só ela comeu. Voltamos e quando chegamos lá, o Gui estava ali, com a Dani
Marcela: faz tempo que vocês estão aqui?
Gui: uns vinte minutos - levantou e cumprimentou ela
Dani: oi Clara - nos cumprimentamos - e aí, tudo bem?
Clara: indo né - sorri de canto - e você?
Dani: to bem - sorriu e o Gui veio falar comigo
Gui: e aí, como você tá? - me abraçou
Clara: to indo né - desfiz o abraço - e você?
Gui: to preocupado com você - me olhou
Clara: eu to bem
Gui: eu sei que não. Primeiro por que você não está comendo e depois por que essa sua cara não me engana - eu respirei fundo
Clara: ai Gui, tá tudo tão difícil - segurei as lágrimas e ele me puxou pra mais longe das duas
Gui: tá acontecendo alguma coisa, além do seu pai?
Clara: o Júnior cara... ele tá tão estranho comigo
Gui: como assim?
Clara: não sei, ele tá estranho, diferente comigo
Gui: deve ser a falta de tempo de vocês dois
Clara: não é Gui, ele tá tão distante, justo no momento que eu mais preciso dele, cara - as lágrimas caíram - eu não aguento mais isso
Gui: olha pra mim - segurou meu rosto e eu o olhei - conversa com ele po, mas não fica assim. Eu não quero te ver assim, eu to com você sempre e você sabe disso, se você precisar, é só ligar que eu venho, tu sabe
Clara: eu sei, disso eu não tenho dúvidas, mas eu queria ele mais presente, sabe?! - ele secou meu rosto
Gui: você vai ver ele hoje?
Clara: acho que sim, o jogo vai ser no Pacaembu né
Gui: é... então, aí você conversa com ele e pede pra ele falar o que tá acontecendo
Clara: mas tá acontecendo alguma coisa?
Gui: nã... não, não sei, mas você tá dizendo que ele tá estranho, conversa com ele
Clara: é, vou fazer isso - sorri de canto e ele me abraçou - obrigada
Gui: não precisa agradecer - me soltou e me olhou - e eu não quero você ficando sem comer, tá me ouvindo?
Clara: tá, depois eu tento comer alguma coisa
Gui: quero só ver - deu um beijo na minha testa e voltamos pra perto delas
Marcela: vocês vão lá ver ele? - olhou pro Gui e pra Dani
Dani: vamos lá né - olhou pro Gui
Gui: bora - ela levantou - ele tá acordado?
Marcela: tá sim, podem ir - eles foram e eu fiquei ali com ela
[...]
Assisti o jogo do Santos, que ganhou por 1x0 e logo desliguei a tv. Como minha mãe havia ido descansar um pouco lá em casa, tirei um cochilo ali mesmo.
Acordei um pouco depois com um dos enfermeiros me chamando, até me assustei, mas percebi que era apenas por que meu pai havia acordado
Clara: ah, obrigada - sorri e quando me levantei senti um tontura terrível, disfarcei, o enfermeiro saiu e fui até meu pai - como você tá? - passei a mão em seu rosto
Marcos: minha cabeça... ainda dói... mas... daqui a pouco tem outra... dose de remédios - disse bem fraco e com algumas pausas
Clara: queria tanto que você saísse daqui - segurei as lágrimas
Marcos: eu também - deu um sorriso fraco - sua mãe?
Clara: ela foi lá pra casa descansar, acho que daqui a pouco ela tá aqui - ele assentiu e ver ele daquele jeito estava me fazendo mal - pai, eu vou lá fora comer alguma coisa, e já volto aqui com você tá - minha voz embargou, ele assentiu, dei um beijo em sua testa, peguei meu celular e saí do quarto, assim que me virei pra andar pelo corredor, minha vista escureceu e eu não vi mais nada.

Júnior POV on:
Depois do jogo do Santos, passei no meu apê aqui de Sampa rapidinho, comi alguma coisa e fui pro hospital, precisava ver a Clara, apesar de saber que ela vai querer me cobrar satisfação pela minha mudança com ela. Mas eu não posso falar, não agora, apesar de tudo isso estar me afetando, eu sei o que é melhor pra ela, mesmo sabendo que ela não pensa assim.
Peguei minhas coisas, saí de casa e o Big veio me acompanhando em outro carro. Cerca de uns quarenta minutos, chegamos no Sírio, colocamos os carros no estacionamento, entramos lá e como o pessoal dali já sabiam o que eu faria lá, liberaram meu acesso ao quarto do Marcos. Subimos e não vi nem a Clara e muito menos a Marcela ali no corredor
Júnior: será que elas estão no quarto?
Big: devem estar né, se não estão aqui
Júnior: vai ficar aí? - ele assentiu - vou lá - ele concordou e eu fui até o quarto, entrei e vi o Marcos dormindo ali, reparei que ele tá cada vez mais magro e fraco. Fui ver no banheiro e não tinha ninguém, então saí do quarto e liguei no celular da Clara, chamou umas cinco vezes e ela atendeu, ela não, um cara
Início:
xxxx: alô
Júnior: eu quero falar com a Maria Clara
xxxx: você é o namorado dela?
Júnior: sou e quem é você? - tava puto já
xxxx: sou o doutor Roberto, a Clara está desacordada no quarto 237
Júnior: que? como assim? o que aconteceu?
Dr. Roberto: ela está no Hospital Sírio Libanês, se você puder comparecer, fica melhor
Júnior: eu to aqui, qual é o quarto mesmo?
Dr. Roberto: 237, terceiro andar
Júnior: ok, to indo aí
Dr. Roberto: ok
Fim
Não acredito nisso, o que será que aconteceu? Levei as mãos a cabeça e o Big me olhou
Big: o que foi?
Júnior: bora pro terceiro andar, acho que a Clara passou mal - ele me olhou confuso, mas logo me acompanhou, fomos pro elevador, descemos um andar e logo achei o quarto. Entrei e vi a Clara deitada numa cama e o doutor ao lado, anotando alguma coisa - oi - ele se virou e ficou surpreso ao me ver ali
Dr. Roberto: você é o namorado dela?
Júnior: sou - me aproximei e demos um aperto de mão - o que ela tem?
Dr. Roberto: bom, ela teve um desmaio repentino ao sair do quarto em que o pai estava. Ela até acordou, mas como ficou muito agitada, nós resolvemos sedá-la
Júnior: mas o que ela tem? é algo grave?
Dr. Roberto: as suspeitas é um princípio de anemia, mas nós fizemos algumas coletas e daqui uns dez minutos deve sair os resultados - eu respirei fundo e a olhei
Júnior: tudo bem... eu posso ficar aqui né?!
Dr. Roberto: claro, eu só preciso que alguém preencha a ficha dela, por que como ela não deu entrada, não tivemos como fazer 
Júnior: eu preencho
Dr. Roberto: ok, eu vou buscá-la e logo volto pra você preencher - eu assenti e ele saiu do quarto. Fiquei olhando pra Clara e ela estava pálida, nitidamente fraca, certeza que ela continua sem se alimentar. Percebi que ela se mexeu e fui ao seu lado, ela abriu os olhos devagar e me olhou
Clara: o que eu to fazendo aqui?
Júnior: você desmaiou - segurei sua mão - você está bem?
Clara: to, só minha cabeça que tá doendo um pouco
Júnior: acho que o doutor deve te dar algum remédio... você não tá comendo direito né
Clara: eu não sinto vontade de comer
Júnior: não é vontade Clara, você sabe que tem que comer, você gasta energia pra caramba naquela faculdade
Clara: você vai brigar comigo por causa disso agora?
Júnior: vou, você sabe que não pode ficar sem comer, já não basta seu pai aqui, você quer ficar em um quarto também? pensa na tua mãe - eu ia continuar falando, mas parei quando percebi que escorreu uma lágrima pelo seu rosto - desculpa, peguei pesado - passei a mão no meu rosto - mas po, amor, você tem que comer, ninguém para em pé desse jeito - ela ficou me olhando e o doutor entrou ali
Dr. Roberto: com licença - eu assenti - boa noite Clara
Clara: boa noite - o Doutor me entregou os papéis e eu me sentei para preencher - eu vou poder sair daqui já?
Dr. Roberto: por enquanto não, eu vou buscar os resultados dos seus exames e te informo quais serão os procedimentos - ela revirou os olhos
Clara: tudo bem - ele deu uma risadinha e se retirou de novo, logo em seguida, a Marcela entrou ali

POV Júnior off


Não preciso nem dizer que do mesmo jeito que ouvi do Júnior, tive que ouvir da minha mãe também né?! pois é. Ela o ajudou a preencher minha ficha e como viu que eu não estava tão mal, foi acompanhar o meu pai, que já estava a um bom tempo sozinho

Júnior: a cabeça ainda tá doendo?
Clara: um pouco
Júnior: você não tem jeito né
Clara: ai Júnior, não fala mais disso vai... a gente precisa conversar
Júnior: sobre?
Clara: cara, não é possível que você não tenha se tocado que está super estranho comigo, distante
Júnior: para, é coisa da sua cabeça isso, to normal com você
Clara: não tá Júnior, não sei nem qual é o milagre de você ter vindo pra cá hoje. Nunca tem tempo pra mim, sempre tem algum compromisso, ou algo do tipo pra desmarcar ou não vir me ver - segurei as lágrimas
Júnior: claro que não - ele chegou mais perto e colocou a mão no meu rosto, eu olhei pra baixo - olha pra mim - eu o fiz - eu realmente tenho os compromissos, ultimamente não tenho tempo mesmo. Você acha que por mim eu não estaria todos os dias aqui com você? Eu também não gosto de ficar longe, mas eu não posso mudar isso
Clara: do jeito que você fala, parece que tudo é tão simples. Por que você não me fala o que realmente ta acontecendo?
Júnior: não tem nada, é coisa do dia a dia - me deu um selinho e o doutor entrou ali com uns papéis na mão
Dr. Roberto: bom, Clara, inicialmente o que você tem é anemia. Esse é o resultado da má alimentação, que gera a falta de ferro e vitaminas no sangue, é o que está acontecendo com você. Isso acontece, por que na falta desses componentes, ocorre a redução dos glóbulos vermelhos, o que causa deficiência na oxigenação dos tecidos e isso compromete o funcionamento do organismo. E com isso tem a fadiga e a sensação de um cansaço fora do normal.
Júnior: e essa anemia é perigosa?
Dr. Roberto: perigosa sempre é, mas algumas são mais fortes e outras mais fracas, a da Clara está razoavelmente forte, o que de início faz com que o tratamento seja simples, só com a alimentação adequada. Mas tem que seguir corretamente a alimentação, pois a anemia pode parecer simples devido ao seu tratamento, mas o agravamento da doença, pode levar à leucemia, que creio eu, que vocês saibam que é muito mais séria do que a anemia - nós assentimos
Clara: e como seria o tratamento adequado pra essa anemia?
Dr. Roberto: basicamente com alimentos ricos em ferro e vitamina C. Um exemplo pode ser uma salada de rúcula, acompanhada de carne vermelha, que é o que contém maior concentração de ferro e um suco natural de laranja, pra balancear a vitamina C, o que é muito importante também
Clara: e eu já vou poder sair daqui?
Dr. Roberto: você vai passar essa noite aqui, em observação, tomando soro, por que você ainda está desidratada, mas amanhã pela manhã, já posso te liberar
Júnior: e eu posso ficar aqui com ela?
Dr. Roberto: claro, só vou avisar as moças responsáveis pelo serviço de visitas e elas preparam tudo pra você - o Júnior assentiu - agora eu vou te dar um pouco de descanso, e daqui a pouco a Cristina, enfermeira, vem te dar um remédio pra sua dor de cabeça
Clara: tudo bem - sorri fraco, ele deu um aperto de mão no Júnior e saiu dali - você não vai ficar aqui - disse olhando pro Júnior
Júnior: vou sim, você não vai ficar sozinha aqui
Clara: Júnior, você tá cansado, jogou hoje. E outra, eu só to em observação, nada de mais, minha mãe tá aí também
Júnior: não interessa, sua mãe já está com o seu pai - eu revirei os olhos - não adianta fazer essa cara
Clara: você é chato
Júnior: eu também te amo
Clara: haha - dei um sorriso sínico e ele sorriu. Incrível como ele consegue mudar de uma hora pra outra. 
Júnior: vou avisar sua mãe e já vou lá no apê pegar uma roupa pra mim. Quer que eu passe no seu, pra pegar suas coisas?
Clara: você vai ficar andando por aí sozinho?
Júnior: o Big tá comigo, eu passo lá em casa, vou no seu apê com ele e volto pra cá, pode ser? - eu assenti - aí eu falo pra ele ficar lá no meu apê
Clara: tá, minha bolsa tá lá no quarto do meu pai, minha chave tá lá. Avisa a Rose tá?
Júnior: tá, eu to indo lá então - chegou mais perto - seu celular ta aí né? - eu assenti - qualquer coisa você me liga - eu assenti - tô indo - me deu um selinho
Clara: avisa a Gabi e o Gui - ele assentiu - mas fala que não precisa vir aqui
Júnior: sim senhora - sorriu - já volto - me deu um beijo rápido - eu te amo - me deu um selinho demorado
Clara: também te amo - sorri, ele me deu um ultimo selinho e saiu dali. Uns dez minutos depois, entrou uma mulher, creio eu que seja a tal Cristina. Ela me deu uma dose de remédio, que por sinal era horrível e logo vieram duas moças preparar o quarto pra poder ser usado pelo acompanhante. Elas terminaram e logo saíram dali.




Podem me matar, me xingar e etc. 
Estou muuito em falta com vocês, mas prometo recompensar. 
Demorei primeiro pela falta de comentários 
e depois que eles vieram, eu fiquei sem internet. 
Fui escrevendo o cap de pouquinho em pouquinho, pela falta de tempo, 
já que agora tenho que me virar em atividades complementares, estágio, tcc, trabalhos e provas. 
Mas podem ficar despreocupadas, por que a ultima solução que passa pela minha cabeça é abandonar vocês. 
Espero que tenham gostado e comentem bastante. 
Digam o que estão achando, o que pode acontecer, o que pode melhorar e etc. 

Beijos e obrigada pelos comentários do ultimo cap.
E por favor, tenham paciência comigo hahaha.